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comer pavlova na Nova Zelândia

A saga para comer pavlova na Nova Zelândia

Quando soube que iríamos para a Nova Zelândia, uma amiga nossa (professora de gastronomia e ótima cozinheira) deu a dica: no roteiro não poderia faltar uma parada para comer pavlova.

Pavlova é um doce que parece um merengue gigante, com uma casca crocante por fora e macio por dentro, tendo seu interior recheado com creme de baunilha, chantilly e coberto por frutas frescas.

Além de, claro, conhecer as paisagens, os pontos turísticos e a sociedade de um destino de férias, também me interesso muito pela comida.

Afinal, a culinária de um povo está ligada diretamente à construção de sua identidade cultural.

O doce típico da Nova Zelândia já era meu conhecido; havia comido alguns anos atrás aqui no Brasil e me apaixonado. Então, naturalmente fiquei muito empolgada para comer essa delícia mais uma vez.

Eu nem sabia que esse doce era típico do país. Aliás, acho que poucos sabem disso, né?

Pavlova, com esse nome, parece doce russo.

Essa suposição não está de todo errada: o nome é em homenagem à bailarina russa Anna Pavlova, que realizou uma turnê mundial de balé em 1926 e fez a interpretação mais famosa do Lago dos Cisnes.

Se você observar a sobremesa e suas delicadas camadas, verá que tem tudo a ver com uma bailarina:

“O merengue assemelha-se a um tutu cheio de ondas, e as frutas coloridas e vibrantes lembram o brilho vertiginoso de sua dança. A própria vida do doce parece espelhar a famosa rotina de penas de Pavlova: a beleza desaparece rapidamente depois da criação e, a menos que seja consumida, a fruta e o creme despencam – uma sobremesa que morre, como o cisne.”

Porém, sua origem é bem confusa e cheia de polêmicas, pois tanto a Nova Zelândia quanto a Austrália reivindicam a autoria do doce. Além disso, alguns dizem que nenhum deles realmente inventou a sobremesa, já que o merengue, base principal da receita, não foi inventada lá.

O merengue por si só já tem uma polêmica só dele: a história oficial diz que ele foi inventado em 1720, mas há evidências de uma receita idêntica ao merengue publicada por volta de 1600, apenas não usava o termo “merengue”.

Voltando à pavlova, pesquisei bastante, li vários textos e a conclusão é que há muitas receitas antigas similares à pavlova que usavam os mesmos ingredientes, porém eram montadas de formas diferentes.

Também descobri que o doce não foi criado em homenagem à bailarina, mas que ele já existia antes e foi nomeado após o sucesso de Anna Pavlova. Claro que também há disputas envolvendo quem nomeou o doce.

Se você quiser ler mais sobre a origem da pavlova, indico dois textos em inglês:

A origem da pavlova já é uma saga, e assim também foi para encontrarmos o bendito doce para comer.

Como é o orgulho da nação e sua autoria é defendida com unhas e dentes, imaginamos que em toda esquina encontraríamos uma pavlova. Errado!

Pesquisamos no Google como “melhor pavlova da Nova Zelândia”, “onde comer pavlova na Nova Zelândia” entre outros. Fomos em alguns desses lugares apenas para descobrir que tinham fechado ou então o que eles vendiam era SORVETE COM SABOR PAVLOVA e não o bolo em si.

Após andanças por Auckland (a maior cidade da Nova Zelândia, com 1,5 milhão de habitantes), entramos num restaurante chique chamado Euro que – ALELUIA – tinha pavlova! A foto maravilhosa da capa é de autoria do meu marido e é dessa pavlova que comemos.

Por 17 dólares, comemos uma pavlova de feijoa. Sim, você leu certo e não é feijão.

pavlova de feijoa

Feijoa é uma frutinha de outono conhecida no Brasil como goiaba do campo, goiaba do mato ou goiaba serrana. Vi que é comum no sul do país e, apesar de nunca tê-la visto por aqui, também é comum na Nova Zelândia e encontramos alguns produtos de feijoa no mercado.

É super azedinha, daquelas que começa doce e depois dá uma dorzinha no fundo das bochechas.

Fez um contraste gostoso com o doce do creme de côco que veio no meio da pavlova. A versão do restaurante também tinha “bolhas de hibisco”.

Dias mais tarde, tivemos a oportunidade de comer pavlova de novo durante um almoço que fizemos numa vinícola!

Essa versão da sobremesa tinha pêra pochê, ruibarbo e kiwi assados e compota de frutas vermelhas.

sobremesa da nova zelandia pavlova

Uma delícia!

Depois, descobrimos que é mais comum encontrar pavlova em datas comemorativas, principalmente no Natal. Porém, por ser um doce típico do país, eu pessoalmente acho que deveria ser mais fácil de encontrar durante o ano!

Chegamos a encontrar pavlova de supermercado: caixas com “suspiros” grandes prontos para serem recheados em casa.

doce tipico da nova zelandia

E aí, você já comeu pavlova?

Comente o que achou!

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